eu vi

Posted on março 28, 2008

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A minha juventude me permite fazer algumas tolices, características da idade. Ou não – mas essa é outra questão. Dentre tais ações “menos pensadas” estava a que me deixou empolgado hoje. Preparei-me com ânimo para protestar, diante do palácio dos leões, contra Hugo Chavez, o famoso comunista da Venezuela.
Pela minha ingenuidade acreditei que haveria mais alguém para lutar ao meu lado. Tive a esperança de ver pessoas gritando alto contra um dos maiores expoentes da ideologia socialista-comunista-anticristã.
Mas, como eu disse, era pura tolice de minha parte. Burrice mesmo. Ali eu vi a alienação em cada rosto. As pessoas jogavam rosas para Chavez. Gritavam durante o discurso do governador do Maranhão, batiam palmas, agitavam as bandeiras do Brasil, da Venezuela, do Maranhão, do PT, e do PDT.
Nenhum protesto. Aliás, quase nenhum. Vi uma faixa que dizia “fora ditadores, Jesus está voltando”. Fui conversar com o rapaz que a segurava sozinho. Era um jovem da Igreja Assembléia de Deus, que mais protestava contra a idéia da televisão digital do que contra o sistema de pensamento ali apresentado.
Fiquei triste. Indignado. As vozes proclamavam a união entre o Brasil e a Venezuela, tendo “um só coração”. O governador do Maranhão apresentou Hugo Chavez como aquele que tem “combatido o bom combate” – tal qual o apóstolo Paulo. Ao meu redor estava uma expressão de satisfação sem igual.
Chavez conseguiu falar em meio aos gritos. Aliás, falou muito. Declarou a união com Lula, e com Cuba. Reafirmou a idéia da união latino-americana para lutar contra o “imperialismo”. Fez o discurso que devia fazer, e certamente ganhou ainda mais o respeito daqueles que ali estavam.
Quem estava lá? O MST, universitários, a imprensa (conversei pessoalmente com pessoas da folha de São Paulo, Jornal da Tarde, Atos e Fatos, …). Mas não havia ninguém para protestar.
Eu pensei em gritar alguma coisa. Acovardei-me. Sozinho no meio da torcida contrária é imprudente fazer qualquer manifestação verbal mais exaltada. Então decidi ficar calado e apenas observar aquele triste cenário.
Digo triste porque reflete a realidade da alienação. A falta de informação sobre o socialismo e o comunismo gera esse tipo de apoio. Enquanto a população dos países que seguem este regime sofre, os seus líderes recebem elogios de países estrangeiros. Enquanto cristãos são perseguidos nos países comunistas, a igreja em nosso contexto fica calada.
Se temos um compromisso com a Palavra de Deus, isso envolve a denúncia do erro para que a solução seja apresentada. Portanto, não é justificativa alegar a “separação entre igreja e estado” para ficar calado diante do crescimento deste pensamento revolucionário.
Se ainda há dúvida, que o leitor faça o teste. Dedique-se a estudar o assunto. Leia Marx, Engels, Lucaks, Foucault, Gramsci, e compare com As Escrituras, bem como a obra de Eric Voegelin, Ludwig Von Mises, Hayek, e Olavo de Carvalho. Analise os pressupostos do pensamento revolucionário de esquerda e perceba os contrastes com o pensamento bíblico.
Aos que não crêem na Bíblia, confrontem os pensamentos dos autores citados e chequem os resultados práticos da aplicação destas idéias. Vejam a Rússia, China, Cuba, Camboja, Romênia, e os países já afligidos pelo comunismo. Vejam a ditadura sendo instaurada, e a exploração do povo. Observem o tratamento desumano.
Alguém tem dúvidas disso? Leiam o livro de Richard Wurmbrand – torturado por amor a Cristo (disponível online), bem como muitos livros daqueles que padeceram sob este regime.
A triste cena que eu vi durante esta tarde é algo que quero esquecer. Não por emocionalismo barato, mas pelo desejo de ver uma realidade diferente.
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