Fui promovido

Posted on novembro 3, 2009

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Estou eu no escritório, quando o telefone toca:

-Alô? (às vezes eu atendo perguntando…)
-Allen?
-Oi.
-Aqui é _____. Estamos escrevendo uma matéria para o jornal, e gostaríamos de saber o que os evangélicos pensam sobre o dia de finados.

Conversamos por alguns minutos. O suficiente para noções gerais a respeito de textos como Hb.9.28 e a perspectiva de que podemos respeitar a agenda cultural e relembrar os finados, sem fazer preces a eles ou por eles. Sobrou um tempinho ainda para questionamentos teológicos mais aprofundados, como a questão a respeito do estado intermediário (em português simples: como e onde a alma fica entre a morte e a vinda de Jesus).

Mas lá estamos nós conversando e ela solta a pergunta indiscreta:

-Você é pastor, né?
-Não, não. Trabalho com os pastores de minha igreja, mas eu mesmo ainda não sou oficialmente considerado um.
-Hum… então vou colocar aqui “Teólogo”.
-Por que não coloca simplesmente “cristão”?
-Que tal “estudioso da teologia”?
-Tá, acho que esse rola.

Mais ou menos assim. Nosso bate-papo não teve exatamente essas palavras, mas esse teor.

Descubro, hoje, que a reportagem foi publicada no Domingo. Para a minha surpresa, descobri que fui promovido: Se a ordem dos pastores batistas do Brasil (OPBB) ainda não reconheceu minha ordenação, a jornalista praticou a sua imposição de mãos e me consagrou ao ministério.

Ganhei, com o upgrade, uma citação direta que eu simplesmente não lembro ter pronunciado. De qualquer maneira, a jornalista preservou a idéia do diálogo, e assim fica tudo bem.

Será que na nossa próxima conversa eu viro “bispo”?

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À jornalista: obrigado por preservar o conteúdo geral do bate-papo.

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