Pornografia na palma da mão

Posted on dezembro 28, 2013

0


O blogueiro Tim Challies postou recentemente dados de uma interessante pesquisa sobre o consumo de pornografia nos Estados Unidos.

20-of-young-kids-surf-porn-via-their-smartphones-smartphoneUm dos aspectos mais interessantes, destacados por ele, é o fato de que aproximadamente 52% da pornografia absorvida em 2013 se deu por aparelhos móveis, como smartphones, e outros 10% em tablets.

Challies interpreta esses dados, apontando para a realidade de que a maioria do consumo de pornografia hoje não se dá nos desktops, ou mesmo nos notebooks. Ele aproveita e desenvolve uma interessante reflexão sobre os riscos de colocar um aparelho desses nas mãos de nossas crianças e adolescentes de maneira inadvertida.

A graça comum colocava freios quando a pornografia era acessada no desktop – bastava colocar “o computador da casa” (na época em que se tinha apenas um) em um lugar mais público, como a sala, e o problema diminuiria consideravelmente. A pornografia ainda poderia ser vista, mas era necessário tanta articulação, planejamento, silêncio, etc., que, de fato, ajudava bastante ter o computador nesse ambiente.

Mas chegaram os notebooks, e com eles, uma nova relação entre humanos e máquinas. A intimidade cresceu, e passamos a andar com os computadores para todos os lados, e tê-los em nossos quartos, em nossas escrivaninhas e camas. Para adolescentes, jovens, e mesmo homens e mulheres casados, ficou mais fácil ter acesso a textos, imagens e vídeos pornográficos. Ainda assim, o relacionamento com o notebook exige alguma paciência e desconforto – peso, tamanho, qualquer barulho do processador, etc. Barreiras simples como o tempo de ligar o notebook poderiam desestimular alguém de seguir seus desejos.

E então vieram os tablets e smartphones. Cada vez mais avançados, com capacidade de visualizar imagens e vídeos em alta resolução, ler textos com tamanho confortável, utilizar câmera integrada, dentre tantos fatores, tais dispositivos aumentaram ainda mais a intimidade do ser humano com a máquina, e viabilizaram um nível de privacidade até então desconhecido.

E assim chegamos ao resultado da pesquisa. A facilidade criada por tais meios os tornou o principal caminho para a pornografia. E mesmo os softwares para proteção criados para notebook não têm impacto sobre os aparelhos menores.

Esta é uma séria questão para considerarmos. Comprar aparelhos para nossos filhos – e para nós mesmos! – deve levar consideração os riscos que eles podem trazer.

Não rejeito nenhum dos benefícios da inovação tecnológica. Aproveito demais meus brinquedos: desktop, notebook, tablet e smartphone. Mas se eu me desligar por um minuto dos seus riscos, serei o próximo a cair na armadilha.

Por que você não conversa seriamente com seus filhos, marido, esposa, etc., sobre esta questão? A provocação do Challies é muito válida.

* * *

Existem bons recursos para quem luta com a pornografia – alguns estão disponíveis gratuitamente na internet, como o ebook “desintoxicação sexual”, do Challies.

Marcado:
Posted in: o Jornal