Você já ouviu o argumento. Ou a frase de efeito. Diz a mulherada feminista que, como o “feto” (estratégia para desumanizar a criança) é uma extensão de seu corpo, ela possui direito absoluto de fazer o que quiser com o que está na barriga.
Há muitas respostas a esse argumento, mas eu mencionarei aqui apenas o “argumento de Matias” (anote o termo). Quem é Matias? O bebê de 32 semanas que cresce no ventre de minha esposa.
Agora mesmo, deitada ao meu lado, Ivonete tem sono e deseja dormir. Pouco antes, sentiu fome e vontade de comer brigadeiro. Seu corpo, suas regras: comeu o troço de chocolate, e deitou para tentar a soneca. Mas algo acontece que não lhe deixa pregar os olhos. Trata-se de Matias, que se mexe com empolgação e força. Matias, que nada sabe sobre “meu corpo, minhas regras”, prova dois pontos em cada chute:
1. Ele não é uma extensão da mãe. Possui ritmo próprio, e age mesmo nos horários em que o corpo da mãe pede outra coisa (um soninho, por exemplo).
2. “Meu corpo, minhas regras” só funciona em um universo imaginário, habitado por feministas e seus cartazes em pop art. Na vida real, homens e mulheres abrem mão de privilégios, inclusive sobre o próprio corpo (como o sono ou a saúde), para servir a outros que amam. Isso divide os infantilizados dos maduros.
Heber Queiros
fevereiro 12, 2016
Convincente, principalmente por se um posicionamento derivado da autêntica experiência e não da conjetura postulante de uma ideologia na moda. Muito bom.