Como de costume, o fim do ano é período de avaliação e revisão. Uma das melhores revisões é a da lista de livros lidos. Consegui ler um pouco mais do que no último ano, embora os dilemas acadêmicos continuem – ironicamente, consegui produzir mais e ler mais em outras áreas.
Blogueiros reformados já estão publicando suas listas das melhores leituras do ano por aí, como é o caso do Felipe Sabino, que teve sua lista publicada no Frases Protestantes e do Arthur Correa, no blog do Arthur. Fora do círculo cristão/reformado, vale a pena conferir a lista que o Rodrigo Constantino publicou em seu blog na Veja, e dali extrair boas indicações de leitura.
Posto as dez leituras que considerei mais produtivas ou agradáveis. É lógico que há muitas variáveis em jogo – meu humor ao lê-las, minha capacidade de absorver o conteúdo, meus critérios estéticos, etc. Por isso, listo os dez, mas talvez só consiga falar de um ou dois que mais me impactaram. A ordem em que são apresentados, portanto, não quer dizer nada. Eis a lista:
1. Maridos perseguindo a excelência (Lou Priolo, Nutra, 314 p. – família / aconselhamento)
Este livro é escrito sem rodeios. Direto ao ponto, desafia os maridos a serem melhores líderes e servos de sua esposa, fundamentando cada recomendação na Escritura. Aproveitei para utilizá-lo em aulas de escola dominical, com grande proveito.
2. Adeus, facebook (Jack London, Valentina, 176 p. – tecnologia / atualidades)
A leitura dessa obra fugiu dos meu temas comuns, e talvez por isso tenha sido tão interessante. Jack London avalia tendências mundiais da tecnologia, e dedica especial atenção às redes sociais, desmistificando algumas ilusões brasileiras, e indicando o prazo de validade de redes sociais como o facebook. É interessante para compreender aspectos da sociedade em nosso tempo.
3. Pregação pura e simples (Stuart Olyott, Fiel, 157 p. – homilética/pregação)
Comecei a ler este livrinho despretensiosamente, e pude devorá-lo! Stuart Olyott não é apenas um mestre em pregar, mas também em ensinar a pregar. Suas dicas são boas, e eu recomendo este material a quem deseja pregar melhor – seja pregador de longa data, ou iniciante.
4. Os pilares da terra (Ken Follet, Rocco, 941 p. – literatura)
Fiz menção a este livro no ano anterior, pois foi quando comecei a lê-lo. Concluí a leitura em 2014, maravilhado com a pena de Ken Follet. É uma excelente história.
5. Alianças (O. Palmer Robertson, Cultura Cristã, 95 p. – teologia bíblica)
Fico especialmente impressionado com livros pequenos que conseguem trazer verdades tão profundas. O. Palmer Robertson acertou o ponto de síntese neste livrinho, desenvolvendo a teologia da aliança com clareza e beleza, sendo teologicamente cuidadoso, e pastoralmente prático. Não é uma obra acadêmica, caso alguém esteja em busca de tal recurso, mas como uma introdução ao tema, é perfeito.
6. Deleitando-se na Trindade (Michael Reeves, Monergismo, 146 p. – teologia sistemática)
A Monergismo está de parabéns por publicar este material. Lidar com o tema da Trindade de maneira tão devocional e centrada no evangelho não é tão comum, infelizmente. Mas Michael Reeves escreve com beleza e graça nessa obra, apontando-nos para o maravilhoso conhecimento de nosso Deus Trino.
7. Political Thought (Hunter Baker, Crossway, 128 p. – política/ cosmovisão cristã)
Este livro faz parte de uma série que busca articular temas da vida universitária a partir da cosmovisão cristã. Do Hunter Baker, já havia lido o “The end of secularism” e ficado surpreendido. Este livrinho, por ser uma introdução ao pensamento político, não é denso, mas traz conceitos muito valiosos para considerarmos o Estado e o seu papel. Hunter dialoga bem com os autores clássicos e nos ajuda a formar alguma compreensão do tema.
8. As idéias conservadoras (João Pereira Coutinho, Três estrelas, 127 p. – política)
Eu conhecia o JP Coutinho de um o outro artigo. Gosto do seu jeito de escrever. E gosto do conteúdo de seu texto. Neste livro, ele trabalha muito bem uma apresentação do conservadorismo, demonstrando que, antes de qualquer coisa, trata-se de prudência baseada em conhecimento do homem.
9. O poder do hábito (Charles Duhigg, Objetiva, 389 p.)
Baseado na psicologia comportamental, tal livro descreve aspectos da formação e desenvolvimento de hábitos, viabilizando não apenas uma melhor compreensão do esquema, como possibilitando nossa interação deliberada para a transformação e formação de novos hábitos. Há problemas, especialmente no capítulo sobre a “neurologia do livre-arbítrio”, em que a responsabilidade humana é minimizada diante dos hábitos e vícios, mas em geral a obra fornece insights interessantes para auto-conhecimento e crescimento pessoal. Deve-se lembrar que a dimensão do coração não pode ser esquecida nessa equação – o livro não trata do ponto.
10. Segredos da comédia Stand-up (Léo Lins, Panda Books, 319 p, – Comédia)
Outra agradável surpresa, vinda de uma área diferente da que costumo ler! Tenho o riso fácil, e gosto de ouvir comediantes stand up compartilhando suas observações sobre a realidade. Mas também gosto de saber como as coisas funcionam. Neste livro, o comediante Léo Lins demonstra os fundamentos teóricos e aplicações práticas do texto humorístico. Trata-se de um trabalho meticuloso e didático, extremamente instrutivo! Tenho observado que alguns links podem ser feitos com a oratória e a produção de textos em geral – até mesmo com a preparação e entrega de sermões!
E você? O que leu em 2014? E o que recomenda?
.:A Bíblia, o Jornal, e a Caneta:. 
Daniel Santos Jr
janeiro 3, 2015
Que boa ideia, Allen: um diário de livros lidos. Para muitos pode ser um diário de culpa, pelos livros comprados e não lidos. É interessante ver como os livros parecem ser mesmo “a nossa cara” (rsrs).